Ilustração: Autismo em Meninas (Crédito foto: Freepik)
O autismo é uma condição neurológica que se manifesta de maneira única em cada indivíduo, mas há um consenso crescente de que as meninas podem apresentar características distintas em comparação aos meninos. Essas diferenças muitas vezes levam a diagnósticos tardios ou até mesmo à subnotificação do autismo em meninas. Entender essas particularidades é essencial para oferecer e adequado e promover a inclusão.
Camuflagem social
Uma das características mais marcantes do autismo em meninas é a capacidade de "camuflagem social". Muitas meninas autistas desenvolvem habilidades para imitar comportamentos neurotípicos, como manter contato visual, sorrir em situações sociais ou seguir scripts de conversação. Essa habilidade de "mascarar" os traços autísticos pode ser tão eficaz que pais, professores e até profissionais de saúde deixam de perceber os sinais do autismo. No entanto, essa camuflagem exige um esforço emocional e cognitivo significativo, o que pode levar a exaustão, ansiedade e até depressão.
Interesses específicos: menos óbvios, mas igualmente intensos
Enquanto meninos autistas tendem a ter interesses mais óbvios e estereotipados, como trens ou dinossauros, as meninas podem apresentar interesses que parecem mais "comuns", como animais, literatura ou moda. No entanto, a intensidade e a profundidade desses interesses são igualmente marcantes. A diferença é que esses focos podem ar despercebidos, pois são socialmente mais aceitos ou menos chamativos.
Dificuldades sociais: mais sutis, mas não menos desafiadoras
As meninas autistas muitas vezes desejam fazer parte de grupos sociais, mas enfrentam dificuldades para entender as nuances das interações, como sarcasmo, ironia ou regras não escritas de amizade. Elas podem ser vistas como tímidas, introvertidas ou até "estranhas", mas raramente são associadas ao autismo. Essa falta de reconhecimento pode levar a sentimentos de isolamento e inadequação.
Sensibilidade sensorial
Assim como os meninos, as meninas autistas podem apresentar sensibilidade sensorial, mas isso pode se manifestar de maneiras menos evidentes. Por exemplo, uma menina pode evitar roupas com texturas específicas ou se sentir sobrecarregada em ambientes barulhentos, mas, em vez de ter crises externas, ela pode internalizar esses desconfortos, levando a ansiedade ou comportamentos de autoisolamento.
Diagnóstico tardio
Devido à combinação de camuflagem social, interesses menos estereotipados e manifestações mais sutis, muitas meninas autistas só recebem um diagnóstico na adolescência ou até na vida adulta. Isso significa que elas podem ar anos sem entender por que se sentem diferentes ou sem receber o e necessário. O diagnóstico precoce é crucial para que essas meninas possam desenvolver estratégias de coping e receber intervenções adequadas.
Reconhecer as particularidades do autismo nas meninas é um o fundamental para garantir que elas recebam o apoio de que precisam. Pais, educadores e profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais menos óbvios e buscar avaliações especializadas quando necessário. Além disso, é essencial promover a aceitação e a inclusão, criando um ambiente onde meninas autistas possam se expressar sem medo de julgamentos.
Para informações sobre autismo, incluindo as particularidades do autismo em meninas, consulte o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. O CDC tem uma seção dedicada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), com informações baseadas em pesquisas científicas e dados atualizados.
Além disso, organizações como a Autism Speaks e a Autism Society também oferecem recursos valiosos e atualizados sobre o tema. Essas organizações frequentemente publicam artigos e guias específicos sobre as diferenças de gênero no autismo.
Para leituras mais aprofundadas, recomendo buscar artigos científicos em plataformas como PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov) ou Google Scholar (https://scholar.google.com), utilizando termos como "autism in girls", "female autism phenotype" ou "gender differences in autism".
Para saber mais, incluindo as particularidades do autismo em meninas:
Revista Autismo
A Revista Autismo é a primeira publicação brasileira dedicada exclusivamente ao tema. Ela traz artigos, entrevistas e reportagens baseadas em evidências científicas e experiências reais.
Site: https://www.revistaautismo.com.br
Tismoo
A Tismoo é uma empresa brasileira de biotecnologia com foco em autismo e outros transtornos neurológicos. Eles oferecem artigos, webinars e informações atualizadas sobre o TEA, incluindo diferenças de gênero.
Site: https://tismoo.us
O Ministério da Saúde do Brasil também disponibiliza materiais e diretrizes sobre o autismo, incluindo cartilhas e informações para familiares e profissionais.
Site: https://www.gov.br/saude
(Procure por "Transtorno do Espectro Autista" na busca do site.)
O autismo não tem um rosto único, e as meninas autistas merecem ser vistas, ouvidas e compreendidas em toda a sua complexidade. Ao ampliarmos nossa compreensão sobre essas particularidades, estamos construindo um mundo mais inclusivo e acolhedor para todas as pessoas no espectro.
Fonte: Járede Sousa
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Edição:
Redação Diário de Balsas
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